Dos limões à limonada
Tomando a limonada que fiz com os limões que recebi.
Tínhamos planejado ir pra um lago, passar o dia debaixo de uma árvore, lendo um livro.
Mas a vida, o universo, Deus, a Deusa tinham outros planos.
Perdemos a hora do transporte até a estação central de trem. Quando chegamos, o trem que pegaríamos estava lotado, não havia sequer dois lugares vazios para nos acomodarmos pra uma viagem de duas horas.
Havia duas alternativas, esperar o próximo trem, dali uma hora e meia, ou arriscar ir para algum outro lugar.
Saímos correndo e entramos no primeiro trem que vimos. Não sabíamos pra onde iríamos até que o aviso do trem, após 40 minutos do início da viagem, nos avisasse.
Chegamos, não sabíamos muito sobre o destino. Pegamos um mapa e fomos. Desbravamos. Zero expectativas.
O dia que era pra ser de sol em um lago, virou um dia com vinho e chuva em um biergarten.
Apesar disso, era como se tivéssemos planejado esse dia por meses. Não tinha mais nada além da música, o vinho, e a contemplação da vida ao redor.
Foi quase uma experiência dionisíaca, irracional. Em um mundo cada vez menos dionisíaco e muito racional.
Serviu para mostrar que, o inesperado pode surpreender, se decidirmos abraçá-lo e vivermos por inteiro.
Esse dia foi maravilhoso!